CÓSMETICOS OU COSMOCÊUTICOS





O termo cosmecêutico, ou dermocosmético, cosmético funcional ou ainda cosmético de desempenho é aplicado hoje em dia de maneira generalizada e vem causando certa controvérsia no mercado, confundindo consumidores. Afinal esse é apenas mais um termo de marketing ou os produtos cosmecêuticos, normalmente associados a farmácias de manipulação são realmente mais eficazes que os produtos cosméticos?
Na verdade, com o desenvolvimento da tecnologia, surgiram novos produtos que utilizam ativos cuja interação com o organismo é maior e comprovada. Assim esses termos, especialmentecosmocêutico, vêm se espalhando pelo mercado.
Kelia Resende, farmacêutica da Galena, maior fornecedora de matérias-primas para os setores magistral e industrial farmacêutico da América Latina, garante que não existe o conceito cosmecêutico e que a causa da controvérsia é porque cada um dá a sua visão pessoal.
“Na verdade o cosmocêutico é um produto que realiza alguma coisa útil e benéfica para o organismo e cuja eficácia é medida e provada através de vários testes em vivo, como testes de diminuição de rugas, testes para verificação hidratante, testes que mostram o efeito anti-radicais livres e vários outros”, afirma. De acordo com ela, hoje, a maioria dos produtos com função de tratar algum problema estético poderia ser classificado como cosmecêutico.






Há quem discorde. Na verdade todos os cosméticos para poderem ser lançados no mercado  precisam confirmar sua eficiência através de testes clínicos. A nomenclatura de cosmocêutico de acordo com algumas opiniões do mercado seria mais para cosméticos que pendem para farmacêuticos.
O que se tem certeza é que os produtos cosmecêuticos são alinhados com os dermatologistas, que prescrevem ativos cosmecêuticos em formulações individuais.
“O que faz o produto manipulado ter a possibilidade de ser mais eficaz que os produtos cosmeticos é a individualização”, diz Kelia. “A pessoa vai ao médico, o dermatologista faz uma análise da pele e de posse desses dados, ele prepara uma formulação que trata do problema específico da pessoa”, conclui.
Naturais e Termais





Galena comercializa por exemplo o Elastinol +R , um ativo desenvolvido pela Natura Cosméticos e disponibilizado aos dermatologistas através de distribuidores. Ele é um ativo biotecnológico não natural. Já o Spilol, outro ativo que a empresa está introduzindo em seu mais recente creme antiidade Chronos Spilol, de eficácia comprovada pelos Laboratórios Evich, na França, é um ativo natural, à base de um concentrado de jambu, uma planta da biodiversidade brasileira utilizada pelos índios da Amazônia para dores de dente. “Um ingrediente ativo de origem natural também pode ser classificado de cosmecêutico, desde que sua eficácia seja comprovada”, afirma a farmacêutica da Galena.
Na mesma condição de natural cosmecêutico estão os produtos daCaudalie, marca francesa de produtos à base de polifenóis estabilizados da semente de uva. De acordo com Sérgio Dias, Gerente Trade Marketing da Caudalie, 85% mais potentes do que qualquer anti radical livre do mercado. Para ele, cosmecêutico é o produto que tem atuação além das de um cosmético comum, porque utiliza princípios ativos mais potentes e de eficácia comprovada. Os produtos Caudalie representam um negócio de 1 milhão de produtos vendidos a cada ano, com seus 42 itens distribuídos em 30 países, adquiridos não apenas em farmácias, mas em perfumarias e sites de venda.






Vichy ( L´Oreal), é a marca dermocosmética número 1 de vendas no circuito farmácia na Europa. É distribuída para 55 países, com cerca de 20 milhões de consumidores. Seus produtos são formulados com a água termal da Fonte de São Lucas, em Vichy, na França, que tem 17 sais minerais e 13 oligoelementos. Essa água termal é reconhecida por suas propriedades calmantes, anti-irritantes, estimulantes das defesas naturais da pele e da tolerância cutânea.
Outra marca cujos princípios ativos vem de águas termais é a La Roche-Posay, também da L´Oreal, cujas águas têm propriedades anti-radicais livres (antioxidante), calmante e cicatrizante para a pele, de eficácia cientificamente comprovada por estudos clínicos feitos por dermatologistas.
No Brasil a marca Araxá Cosmética Thermal, também comercializa produtos  cosméticos a partir de suas águas termais de Araxá, em Minas Geraes, rica em sais minerais como cálcio, magnésio e enxofre, que nutrem a pele e ajudam na renovação celular. Os produtos são comercializados através de venda direta ou pela Internet, sua linha de produtos inclui uma água Dinamizante, Lama Negra Máscara Purificante e sabonetes, especiais para a acne.



Os termos cosmocêutico ou dermocosmético associados às palavras tratamento e à eficácia comprovada, na verdade atuam sobre o consumidor - especialmente àqueles que apresentam algum tipo de sensibilidade na pele - como um estímulo de consumo.
 De acordo com Kelia Resende, farmacêutica da Galena, na Europa o termo cosmocêutico é usado como marketing. “É porque na realidade você consegue associar o produto a um benefício”.
Para Paula Cavalcanti, farmacêutica e gerente de marketing daDermatus, empresa cosmética, cuja origem é de farmácia de manipulação, a definição de cosmocêuticos ou cosméticos tem hoje um limite difícil de se especificar: “A evolução na tecnologia permitiu inclusive que os cosméticos tivessem outras funções, como permitir absorção controlada, o que ajuda os cosméticos a terem uma ação mais completa”, diz.
Os produtos cosmecêuticos da Dermatus são produtos direcionados a pessoas que estão fazendo tratamento, afirma Paula. “Nosso marketing é focado para os médicos, no entanto nossos produtos estão à venda em nossas farmácias no Rio de Janeiro e distribuidores em todo o país”.
“É um canal diferente, um posicionamento diferente, vendemos para o público, mas há uma orientação da farmácia para que a pessoa procure um dermatologista”.






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